Às nove horas em ponto de uma sexta-feira 13, apagam-se as luzes e sobem ao palco duas meninas com aparência quase adolescente, sérias_seria assim até o final da gig_e lindas. A choperia do SESC Pompéia tem menos da metade de sua lotação, mas elas não parecem preocupadas com isso. Pareciam mais incomodadas com o calor e a qualidade do som que não estava lá essas coisas. O show da dupla americana Telepathe começa e, logo de cara, da pra sentir qual vai ser o fio condutor da apresentação. Musicas alegres e dançantes definitivamente não fazem parte do repertório de Busy Gangnes e Melissa Livaudis. O show é baseado no primeiro álbum, Dance Mother (2009), e a impressão que tive foi de uma banda madura, apesar da aparente juventude das duas. O segredo por trás dessa maturidade é o produtor Dave Sitek, do TV on the Radio. As musicas tem o peso certo, o vocal certo e o clima perfeito. O som pesado, soturno, quase experimental, indica que as referências vão de Pink Industry a The Knife. Os menos desavisados torceram o nariz, mas quem soube apreciar a delicadeza do que estava sendo apresentado ali, vai se lembrar pro resto da vida. Apesar de soar retrô_me transportei para os porões do Madame Satã_o Telepathe é moderno na alma. É uma pena que poucas pessoas se dão ao trabalho de arriscar e descobrir novidades. Quem viu, viu.
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